A kata é uma sequência de movimentos que contêm uma série lógica e prática de técnicas de defesa e ataque.
Em cada kata existe um conjunto pré-determinado de movimentos que o aluno pode praticar sózinho.
Estas katas foram criadas por mestres antigos depois de muitos anos de pesquisa, treino e experiência de combate.
   As aplicações das técnicas no kata evoluiram e foram testadas em combate real. Desta maneira cada kata foi melhorada e refinada
surgindo a kata que é actualmente praticada. Por causa do tempo e da complexa evolução da kata, é impossível definir o exacto desenvolvimento que o kata teve, mas sabemos
que os antigos mestres estudavam as técnicas de combate e os movimentos nas lutas entre animais, entre homens e entre homens e animais.
Eles também estudavam a fisiologia do corpo humano e a sua relação com o combate, tendo em conta factores como a circulação do sangue ou a vulnerabilidade dos pontos vitais.
   O propósito do desenvolvimento da kata também varia com as épocas e com a pessoa que o desenvolveu: na China, há 1600 anos atràs, as katas foram desenvolvidas e praticadas com o propósito de defesa-pessoal; os monges budistas praticaram a kata para fortalecer o espírito e o corpo.
   O verdadeiro significado e espírito do karaté estão imbuidos nas katas e só através da prática é possível compreende-los. Por esta razão, se modificarmos ou simplificarmos uma kata, quer seja para se adaptar a um aluno iniciado ou com objectivos competitivos, perderemos o verdadeiro significado e espírito do karate.
   No karate não há primeiro ataque. Cada kata começa com um movimento defensivo, o que exemplifica este espírito. Não só há primeiro ataque como a melhor defesa é evitar a luta. Por isso se diz que o karate é a arte do homem sábio.
   Para praticar a kata correctamente cada movimento deve ser repetido várias vezes. Só através de uma constante repetição as técnicas se poderão transformar em reflexos. A kata pode ser praticado por uma pessoa sózinha e quando efectuada por um karateka bem treinado, o seu poder dinâmico e a sua beleza de movimentos assumem uma qualidade estética.
   Quase todas as katas de Goju-Ryu (ex: Sanchin, Saifa, Seiyunchin, Shisochin, Sanseru, Sepai, Kururunfa, Sesan e Suparinpei) foram transmitidas por Sensei Kanryo Higaonna que os aprendeu com Sensei Ryu Ryuku, sendo desconhecidos os autores originais.
   Muitos destes nomes de kata são número chineses que simbolizam conceitos Budistas. Por exemplo, Suparinpei (nº 108 em chinês) tem um significado especial no Budismo: acredita-se que o homem tem 108 paixões demoniacas e por isso, nos templos Budistas, em 31 de Dezembro, nas badaladas da meia-noite, um sino é tocado 108 vezes para afastar esses espíritos. O número 108 é o resultado de 36x3. 3 simboliza o passado, o presente e o futuro. Sanseru, escrito em caracteres chineses, é o número 36. Simbolicamente representado 6x6, o primeiro 6 representa os olhos, os ouvidos, o nariz, a garganta, o corpo e o espírito; o segundo 6 simboliza a cor, a voz, o paladar, o olfacto, o tacto e a justiça. Similarmente Seipai é o número 18 (6x3).
   As katas Gekisai dai ichi, Gekisai dai ni, Sanchin (revista) e Tensho são relativamente recentes e foram criadas pelo Sensei Chojun Miyagui. As primeiras, compostas por movimentos exagerados são relativamente fáceis de compreender e foram criadas para popularizar o karate junto dos jovens. As outras duas podem ser consideradas a base do Goju-ryu. O Go (duro) está presente no kata Sanchin e o Ju (suave) na Tensho.